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J. C. Quaresma Diasa, C. Guedes Soares, R. Salvador, "Trajectória de estagnação da movimentação de mercadorias pelos portos nacionais", Engenharia e Tecnologia Maritima, C. Guedes Soares e N. A. Santos (eds.), Salamandra, Lisboa, pp. 71-85

A movimentação de mercadorias por boa parte dos portos mundiais e europeus em geral teve, nos últimos vinte anos, uma clara trajectória de crescimento e desenvolvimento, contrariamente ao que aconteceu em Portugal. O principal objectivo deste artigo é o de apresentar pistas que identifiquem e expliquem os motivos pelos quais, desde há muitos anos, os portos nacionais se têm mantido arredados da referida tendência de crescimento generalizado. Da análise efectuada destacam-se um conjunto de evidências, de entre as quais se referem as mais relevantes: a periferia geográfica do território nacional; a não integração da produção nacional nas mais importantes cadeias globais de valor; o fraco crescimento económico português, pelo menos nos últimos quinze anos; falta de economia de escala tanto do lado da produção como do lado do consumo bem como, a existência de elevado nível de burocracia e de múltiplos constrangimentos de índole política, do lado do Estado português, geradores de elevada impedância logística ou seja, elevados custos friccionais e parasitas.

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